domingo, 24 de abril de 2011

[CRÍTICA] Violência Gratuita (EUA)


Título original: Funny Games U.S.
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Elenco: Naomi Watts (Ann), Tim Roth (George), Michael Pitt (Paul), Brady Corbert (Peter), Devon Gearhart (Georgie)
Ano: 2007
Duração: 111 min.




Não conheço a história por trás da produção desse remake, mas acho respeitável a decisão de Michael Haneke em dirigi-lo, assim garantindo a total fidelidade não apenas à essência mas à própria forma de sua pequena obra-prima cinematográfica, a ponto de repetir cada enquadramento do filme original. Este remake só perde para a primeira versão por faltar-lhe a originalidade, mas no quesito direção e atuações, ambos se igualam.

[CRÍTICA] Evangelion: 2.0 You Can (Not) Advance


Título original: Evangelion shin gekijôban: Ha
Direção: Masayuki, Kazuya Tsurumaki, Hideaki Anno
Roteiro: Hideaki Anno
Elenco (vozes): Kotono Mitsuishi (Misato Katsuragi), Megumi Ogata (Shinji Ikari), Yûko Miyamura (Asuka Langley Shikinami), Kôichi Yamadera (Ryoji Kaji), Fumihiko Tachiki (Gendo Ikari), Yuriko Yamagushi (Ritsuko Akagi), Maaya Sakamoto (Mari Illustrious Makinami), Miki Nagasawa (Maya Ibuki), Megumi Hayashibara (Rei Ayanami / Pen Pen / Yui Ikari)
Ano: 2009
Duração: 112 min.




Novamente me encontro na obrigação de dizer que não consigo ser imparcial quando se trata de Evangelion, portanto minha opinião sobre este filme, em parte, foi embasada por comparações feitas com a série de 1996.

sábado, 23 de abril de 2011

[CRÍTICA] Marcas da Violência


Título original: A History of Violence
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Josh Olson
Elenco: Viggo Mortensen (Tom Stall), Maria Bello (Edie Stall), Ed Harris (Carl Fogarty), William Hurt (Richie Cusack), Ashton Holmes (Jack Stall), Heidi Hayes (Sarah Stall), 
Ano: 2005
Duração: 96 min.




Sem muitas firulas e estilismos, Cronenberg apresenta na seqüência inicial a essência do tema que será desenvolvido durante todo o filme: a invasão do interior pacato pela violência que vem de fora. Nisto aquele plano-seqüência econômico inicial é muito feliz em transmitir uma tranqüilidade que, minutos depois, se mostra mais perturbadora do que reconfortante.

A condução do suspense e da tensão são exemplares, e as explosões de violência explícita em nenhum momento soam gratuitas, mas conclusões lógicas de uma situação que se criou sem pressa. E esta é outra característica de Cronenberg que chama a atenção: o cuidado com que leva a trama adiante sem aquela ansiedade de partir logo para as cenas mais explosivas. Há uma leveza em sua direção que contrasta com o peso que gradativamente recai sobre os personagens das histórias que conduz.

Viggo Mortensen, com sua competência habitual, confere a ambigüidade exigida pelo personagem que interpreta, enquanto Ed Harris e William Hurt se saem bem no papel de antagonistas que conseguem despertar alguma simpatia graças à engenhosidade dos atores, mesmo que apareçam pouco.

Ótimo suspense de grande vigor dramático, e um elenco que valoriza a história.




Nota 4 de 5

[CRÍTICA] Secretária


Título original: Secretary
Direção: Steven Shainberg
Roteiro: Steven Shainberg e Erin Cressida Wilson
Elenco: Maggie Gyllenhaal (Lee Holloway), James Spader (Sr. Grey), Jeremy Davies (Peter), Lesley Ann Warren (Joan Holloway), Steven McHattie (Burt Holloway), Jessica Tuck (Tricia O'Connor)
Ano: 2002
Duração: 104 min.




Maggie Gyllenhaal faz um excelente trabalho de interpretação, desde a escolha de uma voz que transmite fragilidade e insegurança, até toques nervosos, como a mania de botar a língua pra fora enquanto datilografa, ficar batendo os pés de ansiedade, ou enrolar os cabelos com os dedos.
Como praticamente o filme inteiro gira em torno da relação de Lee com Edward, James Spader também se destaca como o chefe neurótico, metódico e com uma abordagem um tanto controversa de mudar hábitos que julga contraproducentes na garota. Neste sentido, o diálogo em que ambos se abrem um para o outro em tom intimista é o melhor momento do casal de atores no filme, que acaba funcionando como ponto de virada para a trama.
A hora em que ele oferece a Lee uma xícara de chocolate quente e logo em seguida tira proveito da situação para fazer uma pergunta incômoda e crucial, a fim de alcançar o que pretende, é brilhante pela estratégia psicológica que se esconde por trás daquele gesto simples.
Os jogos sexuais que se iniciam no 3º ato podem incomodar alguns espectadores, pois representa uma mudança de tom na história, mas não é de todo absurda se consideramos que se trata essencialmente de uma relação de duas pessoas afetadas e reprimidas, as quais justamente por tais problemas têm dificuldades em encontrar quem aceite e incentive suas tentativas de satisfazer suas necessidades e expor seus sentimentos, mesmo que de uma maneira distorcida.
Importante notar que o único momento em que Lee aparece nua é numa seqüência poética e erótica, diferente das cenas vulgares e degradantes que ela protagoniza com Edward no decorrer do filme, o que serve como uma bela metáfora visual da pureza, paz e acolhimento sentido por ela. O fato de Edward estar vestido no início da seqüência reforça a idéia que a própria Lee vinha alimentando sobre ele: seu papel protetor diante dela.
Drama com toques de comédia que pode dividir opiniões, mas que não tem medo de abraçar o ridículo sem com isto desrespeitar seus personagens, com suas fragilidades e peculiaridades. E é sempre um prazer assistir Maggie Gyllenhaal fazer outra coisa que ela faz muito bem (além de ser ótima atriz): ser provocante e sexy, como bem colocou o Ricardo logo abaixo.




Nota 4 de 5

sexta-feira, 22 de abril de 2011

[CRÍTICA] O Novo Mundo


Título original: The New World
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Colin Farrell (Capitão Smith), Q'orianka Kilcher (Pocahontas), Christopher Plummer (Capitão Newport), Christian Bale (John Rolfe), August Schellenberg (Powhatan), Wes Studi (Opechancanough), David Thewlis (Wingfield), Raoul Trujillo (Tomocomo), Yorick van Wageningen (Capitão Argall)
Ano: 2005
Duração: 172 min. (versão estendida)




Muitos podem achar o ritmo do filme monótono, cansativo e até mesmo irritante, se esperam dele uma versão mais adulta de Pocahontas, ou mesmo um foco maior no romance de John Smith com a bela índia. Não os culpo por isto, pois é compreensível que esperem.

domingo, 17 de abril de 2011

[CRÍTICA] A Vida dos Outros


Título original: Das Leben der Anderen
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Roteiro: Florian Henckel von Donnersmarck
Elenco: Ulrich Mühe (Capitão Gerd Wiesler), Martina Gedeck (Christa-Maria Sieland), Sebastian Koch (George Dreyman), Ulrich Tukur (Coronel Anton Grubitz)
Ano: 2006
Duração: 137 min.




Acima do retrato de um período dramático da Alemanha Oriental, A Vida dos Outros é um excepcional estudo de personagem.

sábado, 16 de abril de 2011

[CRÍTICA] Cinzas no Paraíso


Título original: Days of Heaven
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Richard Gere (Bill), Brooke Adams (Abby), Sam Shepard (O Fazendeiro), Linda Manz (Linda), Robert J. Wilke (O Capataz da Fazenda)
Ano: 1978
Duração: 94 min.




Terrence Malick filma a natureza como poucos diretores o fazem (no momento me recordo apenas de Ki-duk Kim, em seu Primavera, Verão, Outono, Inverno ... e Primavera), e a integra tão bem à história. A começar pela escolha de filmar boa parte de Cinzas no Paraíso durante a "hora mágica" (durante o pôr e o nascer do sol), que é uma daquelas horas em que a luz parece tão perfeitamente distribuída que tudo parece mais nítido, mais vibrante e mítico.