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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

[CRÍTICA] Desejo e Reparação

01-09-2011-atonement


Título original: Atonement
Diretor: Joe Wright
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Saoirse Ronan (Briony Tallis, 13 anos) , Keira Knightley (Cecilia Tallis), James McAvoy (Robbie Turner), Romola Garai (Briony Tallis, 18 anos), Vanessa Redgrave (Briony idosa), Juno Temple (Lola Quincey), Alfie Allen (Danny Hardman), Benedict Cumberbatch (Paul Marshall)
Ano: 2007
Duração: 123 min.


Quando uma criança perde a inocência? Não falo da conquista da maturidade, mas da manifestação da maldade oculta por um rosto que não a denuncia. Uma menina deixa de ser inocente quando torna-se capaz de entender algo que testemunhou? Ou seria a partir do momento em que ela decide não preocupar-se em esclarecer o que viu, e usar sua interpretação do fato para causar o mau àqueles de quem sente inveja, ciúme e raiva?


terça-feira, 9 de agosto de 2011

[CRÍTICA] Uma Aventura na África

Direção: John Huston
Roteiro: James Agee e
John Huston
Elenco: Humphrey Bogart (Charlie Allnut), Katharine Hepburn (Rose Sayer), Robert Morley (Rev. Samuel Sayer) e Peter Bull (Capitão do Louisa)
Duração: 105 min.
Ano:
1951


Uma Aventura na África proporciona uma experiência cinematográfica prazerosa. Sua narrativa não cansa, e seus personagens ganham muito pela qualidade de seus atores.

Humphrey Bogart conquista o público desde sua primeira aparição como Charlie. Sua simplicidade e humildade, muito bem dosados pelo ator, torna-o carismático pela expontaneidade e autentidade com que reage a cada situação. Jamais deixamos de acredita na sinceridade de cada palavra e gesto que dirige a Rose.

Já a Rose de Katharine Hepburn é esnobe e aristocrática, e demora um pouco mais para entrar nas graças do público. Enfrentando situações extremas para seu padrão de vida, de início ela se mostra fresca demais, e desdenha dos valores do barqueiro. Mas a atuação de Hepburn é tão boa quanto a de seu Bogart, pois nota-se desde o primeiro encontro de Rose com Charlie que há certa atração ali, disfarçada de uma curiosidade pelo exotismo que enxerga nele.

Portanto, quando passam a envolver-se romanticamente, compramos seu relacionamento amoroso, pois o roteiro e os atores são hábeis em plantar indícios; a química entre eles surge e desenvolve-se naturalmente; e as circunstâncias nas quais se encontram contribuem para que seus sentimentos aflorem de maneira lógica.

Claro que grande parte da diversão proporcionada pelo filme se deve à direção muito acertada de John Huston, que faz bom uso das locações, captando belas imagens das florestas da África, e renovando o interesse do expectador pelo que ocorre em torno do casal, evitando, assim, que a história torne-se monótona, caso foca-se apenas em seu romance.

Há ainda um ótimo equilíbrio entre passagens mais lentas, focadas nas conversas mais intimistas entre Charlie e Rose, e seus momentos mais românticos; e seqüências mais movimentados, em que o casal enfrenta correntezas perigosas, tiroteios, entre outros obstáculos que encontram pelo caminho.

Outro grande acerto do roteiro e da direção foi expôr a fragilidade física e emocional dos personagens, destacando-se o ponto da história em que o barco fica encalhado, e eles começam a perder as esperanças de seguir em frente, e a parte em que Charlie é atacado por sanguessugas.

Os maiores problemas do filme envolvem o uso excessivo de cromaqui, revelando diversas vezes a artificialidade de algumas cenas, e impedindo que acreditemos em alguns dos perigos enfrentados por Charlie e Rose. O mesmo valendo para o efeito usado no ataque de mosquitos, que é muito precário.

O final também exige um pouco mais de suspensão de descrença do que o restante da trama. Não chega a comprometer a obra como um todo, mas justamente por ela apresentar um roteiro tão bem resolvido até aquele ponto, merecia uma conclusão melhor estruturada.

Ainda assim, trata-se daqueles romances deliciosos de assistir, que só a década de 50 foi capaz de produzir.

sábado, 25 de junho de 2011

[CRÍTICA] ...E o Vento Levou


Título original: Gone with the Wind
Direção: Victor Fleming
Roteiro: Sidney Howard
Elenco: Viven Leigh (Scarlett O'Hara), Clark Gable (Rhett Butler), Olivia de Havilland (Melanie Hamilton), Hattie McDaniel (Mammy), Leslie Howard (Ashley Wilkes) 
Ano: 1939
Duração: 238 min.




Falar de "...E o Vento Levou" é uma tarefa intimidadora para qualquer amante do cinema, mas, chega uma hora que você deve encará-la de frente, então vamos a ela.

sábado, 23 de abril de 2011

[CRÍTICA] Secretária


Título original: Secretary
Direção: Steven Shainberg
Roteiro: Steven Shainberg e Erin Cressida Wilson
Elenco: Maggie Gyllenhaal (Lee Holloway), James Spader (Sr. Grey), Jeremy Davies (Peter), Lesley Ann Warren (Joan Holloway), Steven McHattie (Burt Holloway), Jessica Tuck (Tricia O'Connor)
Ano: 2002
Duração: 104 min.




Maggie Gyllenhaal faz um excelente trabalho de interpretação, desde a escolha de uma voz que transmite fragilidade e insegurança, até toques nervosos, como a mania de botar a língua pra fora enquanto datilografa, ficar batendo os pés de ansiedade, ou enrolar os cabelos com os dedos.
Como praticamente o filme inteiro gira em torno da relação de Lee com Edward, James Spader também se destaca como o chefe neurótico, metódico e com uma abordagem um tanto controversa de mudar hábitos que julga contraproducentes na garota. Neste sentido, o diálogo em que ambos se abrem um para o outro em tom intimista é o melhor momento do casal de atores no filme, que acaba funcionando como ponto de virada para a trama.
A hora em que ele oferece a Lee uma xícara de chocolate quente e logo em seguida tira proveito da situação para fazer uma pergunta incômoda e crucial, a fim de alcançar o que pretende, é brilhante pela estratégia psicológica que se esconde por trás daquele gesto simples.
Os jogos sexuais que se iniciam no 3º ato podem incomodar alguns espectadores, pois representa uma mudança de tom na história, mas não é de todo absurda se consideramos que se trata essencialmente de uma relação de duas pessoas afetadas e reprimidas, as quais justamente por tais problemas têm dificuldades em encontrar quem aceite e incentive suas tentativas de satisfazer suas necessidades e expor seus sentimentos, mesmo que de uma maneira distorcida.
Importante notar que o único momento em que Lee aparece nua é numa seqüência poética e erótica, diferente das cenas vulgares e degradantes que ela protagoniza com Edward no decorrer do filme, o que serve como uma bela metáfora visual da pureza, paz e acolhimento sentido por ela. O fato de Edward estar vestido no início da seqüência reforça a idéia que a própria Lee vinha alimentando sobre ele: seu papel protetor diante dela.
Drama com toques de comédia que pode dividir opiniões, mas que não tem medo de abraçar o ridículo sem com isto desrespeitar seus personagens, com suas fragilidades e peculiaridades. E é sempre um prazer assistir Maggie Gyllenhaal fazer outra coisa que ela faz muito bem (além de ser ótima atriz): ser provocante e sexy, como bem colocou o Ricardo logo abaixo.




Nota 4 de 5

sábado, 16 de abril de 2011

[CRÍTICA] Cinzas no Paraíso


Título original: Days of Heaven
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Richard Gere (Bill), Brooke Adams (Abby), Sam Shepard (O Fazendeiro), Linda Manz (Linda), Robert J. Wilke (O Capataz da Fazenda)
Ano: 1978
Duração: 94 min.




Terrence Malick filma a natureza como poucos diretores o fazem (no momento me recordo apenas de Ki-duk Kim, em seu Primavera, Verão, Outono, Inverno ... e Primavera), e a integra tão bem à história. A começar pela escolha de filmar boa parte de Cinzas no Paraíso durante a "hora mágica" (durante o pôr e o nascer do sol), que é uma daquelas horas em que a luz parece tão perfeitamente distribuída que tudo parece mais nítido, mais vibrante e mítico.