quinta-feira, 1 de setembro de 2011
[CRÍTICA] Desejo e Reparação
terça-feira, 9 de agosto de 2011
[CRÍTICA] Uma Aventura na África
Roteiro: James Agee e John Huston
Elenco: Humphrey Bogart (Charlie Allnut), Katharine Hepburn (Rose Sayer), Robert Morley (Rev. Samuel Sayer) e Peter Bull (Capitão do Louisa)
Duração: 105 min.
Ano: 1951
Uma Aventura na África proporciona uma experiência cinematográfica prazerosa. Sua narrativa não cansa, e seus personagens ganham muito pela qualidade de seus atores.
Humphrey Bogart conquista o público desde sua primeira aparição como Charlie. Sua simplicidade e humildade, muito bem dosados pelo ator, torna-o carismático pela expontaneidade e autentidade com que reage a cada situação. Jamais deixamos de acredita na sinceridade de cada palavra e gesto que dirige a Rose.
Já a Rose de Katharine Hepburn é esnobe e aristocrática, e demora um pouco mais para entrar nas graças do público. Enfrentando situações extremas para seu padrão de vida, de início ela se mostra fresca demais, e desdenha dos valores do barqueiro. Mas a atuação de Hepburn é tão boa quanto a de seu Bogart, pois nota-se desde o primeiro encontro de Rose com Charlie que há certa atração ali, disfarçada de uma curiosidade pelo exotismo que enxerga nele.
Portanto, quando passam a envolver-se romanticamente, compramos seu relacionamento amoroso, pois o roteiro e os atores são hábeis em plantar indícios; a química entre eles surge e desenvolve-se naturalmente; e as circunstâncias nas quais se encontram contribuem para que seus sentimentos aflorem de maneira lógica.
Claro que grande parte da diversão proporcionada pelo filme se deve à direção muito acertada de John Huston, que faz bom uso das locações, captando belas imagens das florestas da África, e renovando o interesse do expectador pelo que ocorre em torno do casal, evitando, assim, que a história torne-se monótona, caso foca-se apenas em seu romance.
Há ainda um ótimo equilíbrio entre passagens mais lentas, focadas nas conversas mais intimistas entre Charlie e Rose, e seus momentos mais românticos; e seqüências mais movimentados, em que o casal enfrenta correntezas perigosas, tiroteios, entre outros obstáculos que encontram pelo caminho.
Outro grande acerto do roteiro e da direção foi expôr a fragilidade física e emocional dos personagens, destacando-se o ponto da história em que o barco fica encalhado, e eles começam a perder as esperanças de seguir em frente, e a parte em que Charlie é atacado por sanguessugas.
Os maiores problemas do filme envolvem o uso excessivo de cromaqui, revelando diversas vezes a artificialidade de algumas cenas, e impedindo que acreditemos em alguns dos perigos enfrentados por Charlie e Rose. O mesmo valendo para o efeito usado no ataque de mosquitos, que é muito precário.
O final também exige um pouco mais de suspensão de descrença do que o restante da trama. Não chega a comprometer a obra como um todo, mas justamente por ela apresentar um roteiro tão bem resolvido até aquele ponto, merecia uma conclusão melhor estruturada.
Ainda assim, trata-se daqueles romances deliciosos de assistir, que só a década de 50 foi capaz de produzir.
sábado, 25 de junho de 2011
[CRÍTICA] ...E o Vento Levou
Direção: Victor Fleming
Roteiro: Sidney Howard
Elenco: Viven Leigh (Scarlett O'Hara), Clark Gable (Rhett Butler), Olivia de Havilland (Melanie Hamilton), Hattie McDaniel (Mammy), Leslie Howard (Ashley Wilkes)
Ano: 1939
Duração: 238 min.
Falar de "...E o Vento Levou" é uma tarefa intimidadora para qualquer amante do cinema, mas, chega uma hora que você deve encará-la de frente, então vamos a ela.
sábado, 23 de abril de 2011
[CRÍTICA] Secretária
Direção: Steven Shainberg
Roteiro: Steven Shainberg e Erin Cressida Wilson
Elenco: Maggie Gyllenhaal (Lee Holloway), James Spader (Sr. Grey), Jeremy Davies (Peter), Lesley Ann Warren (Joan Holloway), Steven McHattie (Burt Holloway), Jessica Tuck (Tricia O'Connor)
Ano: 2002
Duração: 104 min.
Maggie Gyllenhaal faz um excelente trabalho de interpretação, desde a escolha de uma voz que transmite fragilidade e insegurança, até toques nervosos, como a mania de botar a língua pra fora enquanto datilografa, ficar batendo os pés de ansiedade, ou enrolar os cabelos com os dedos.
Nota 4 de 5
sábado, 16 de abril de 2011
[CRÍTICA] Cinzas no Paraíso
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Richard Gere (Bill), Brooke Adams (Abby), Sam Shepard (O Fazendeiro), Linda Manz (Linda), Robert J. Wilke (O Capataz da Fazenda)
Ano: 1978
Duração: 94 min.
Terrence Malick filma a natureza como poucos diretores o fazem (no momento me recordo apenas de Ki-duk Kim, em seu Primavera, Verão, Outono, Inverno ... e Primavera), e a integra tão bem à história. A começar pela escolha de filmar boa parte de Cinzas no Paraíso durante a "hora mágica" (durante o pôr e o nascer do sol), que é uma daquelas horas em que a luz parece tão perfeitamente distribuída que tudo parece mais nítido, mais vibrante e mítico.