sábado, 25 de junho de 2011

[CRÍTICA] ...E o Vento Levou


Título original: Gone with the Wind
Direção: Victor Fleming
Roteiro: Sidney Howard
Elenco: Viven Leigh (Scarlett O'Hara), Clark Gable (Rhett Butler), Olivia de Havilland (Melanie Hamilton), Hattie McDaniel (Mammy), Leslie Howard (Ashley Wilkes) 
Ano: 1939
Duração: 238 min.




Falar de "...E o Vento Levou" é uma tarefa intimidadora para qualquer amante do cinema, mas, chega uma hora que você deve encará-la de frente, então vamos a ela.

Um épico, mais pela proeza de sua produção do que pela história em si, o que mais chama a atenção da primeira à última cena é o capricho e a escala da produção. Toda a reconstituição de época, figurinos, direção de arte, são impecáveis. A fotografia é exuberante, e a paleta de cores é tão bem equilibrada e usada com tamanha precisão, que em diversos momentos você tem a impressão de que está diante de uma pintura em movimento.

Clark Gable constrói o arquétipo do galanteador que seria referência em toda a indústria cinematográfica de Hollywood nas décadas seguintes, e rouba quase todas as cenas em que aparece.

Vivian Leigh faz a típica mocinha mimada que tem que passar por maus-bocados pra dar valor ao que já tinha, e aprender a se virar sozinha. É sua história que acompanhamos do início ao fim, e é por ela que sentiremos desde compaixão até antipatia, graças à imaturidade e o egoísmo de Scarlett, muito bem trabalhados pela atriz.

Um filme de quase quatro horas de duração tem que confiar muito na força de seus personagens e de sua história, e os encontros e desencontros de Scarlet e Rhett dão conta disto. Mas não apenas eles. Temos a caridosa e compassiva Melanie (Olivia de Havilland), que vive ao lado de Scarlett alguns dos momentos mais dramáticos do filme; e a vigilante e sempre preocupada Mammy, interpretada pela marcante Hattie McDaniel, que tem a difícil tarefa de cobrir com seu relato uma das passagens mais trágicas da história, e se sai muito bem.

Há os "vícios" da época, como passagens carregadas de melodrama, e falas bregas e excessivamente românticas, mas que devem ser consideradas no contexto, e que não comprometem o conjunto da obra.

A primeira metade da história tem um apelo mais universal, e por isto acaba tornando a segunda menos envolvente, por esta focar-se mais no romance e nas maquinações de Scarlett para reerguer-se. Felizmente Rhett torna-se mais presente na trama, e tem seu arco dramático mais fortalecido, o que evita que o filme caia na armadilha de perder-se em sua própria vaidade e apoiar-se na suntuosidade do mundo de seus personagens.

"...E o Vento Levou" é um verdadeiro deleite para os olhos, uma das maiores realizações da história da cinema, e mesmo não sendo totalmente perfeita, é uma obra que merece o status que alcançou entre os admiradores da 7ª arte.




Nota 5 de 5

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