sábado, 18 de junho de 2011

[CRÍTICA] Um Dia de Cão


Título original: Dog Day Afternoon
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Frank Pierson
Elenco: Al Pacino (Sonny Wortzik), John Cazale (Sal), Charles Durning (Detetive Eugene Moretti), Chris Sarandon (Leon Shermer) 
Ano: 1975
Duração: 125 min.




Em mais esta ótima parceria entre Lumet e Pacino, o que mais chama a atenção é o "domínio de palco" do ator, sim, porque o banco e a rua em frente a ele acaba se tornando o palco de um grande espetáculo, com direito a uma grande platéia e câmeras para registrar as atuações.

E Lumet ainda faz uma jogada de mestre, ao permitir que Sonny conquiste o espectador com seu carisma e sua personalidade magnética, para só depois mostrar um lado dele que desconhecíamos, e tratar de um tema polêmico, tanto na época em que o filme foi lançado como hoje, de maneira direta. O julgamento de Sonny fica por nossa conta.

Destaco ainda a seqüência em que Sonny descobre que estão tentando invadir o prédio do banco pela porta dos fundos e dispara sua arma pela primeira e única vez, criando um pandemônio. A montagem é frenética, cheia de cortes rápidos, mostrando o caos que se segue, tanto dentro do banco quanto lá fora, com policiais e civis correndo assustados. É um verdadeiro exemplo a ser seguido por Michael Bays e Tony Scotts da vida, que utilizam da mesma técnica de montagem para causar ataques epilépticos em seu público. Lumet monta toda a seqüência de maneira a conferir-lhe urgência e a sensação de confusão, mas sem deixar o espectador incerto a respeito do que está vendo.

E não podemos ignorar o fato de que grande parte do filme (se não ele inteiro) não traz um só vestígio de trilha sonora, uma decisão acertadíssima de Lumet, que torna todo o incidente ainda mais próximo da realidade.

Grande filme, cheio de momentos memoráveis, e Al Pacino em um de seus papéis mais marcantes.




Nota 4,5 de 5

Nenhum comentário:

Postar um comentário