sexta-feira, 30 de setembro de 2011

[CRÍTICA] Contra o Tempo


30-09-2011-source-code

Título original: Source Code
Direção: Duncan Jones
Roteiro: Ben Ripley
Elenco: Jake Gyllenhaal (Colter Stevens), Michelle Monaghan (Christina Warren), Vera Farmiga (Colleen Goodwin), Jeffrey Wright (Dr. Rutledge)
Ano: 2011
Duração: 93 min.

Apesar de ser o segundo trabalho de direção de Duncan Jones, já é possível notar sua preferência por tramas claustrofóbicas e elaboradas, que contam mais com um roteiro bem estruturado, que respeita a inteligência do espectador, do que com efeitos especiais mirabolantes e cenas de ação impactantes, que chamam mais atenção do que a trama em si.

Mesmo usando uma premissa já vista em inúmeros filmes, como Feitiço do Tempo e Corra Lola Corra, o roteiro de Ben Ripley dá conta de criar uma explicação interessante para os "loopings temporais" vividos por Colter Stevens (Jake Gyllenhaal). Embora não seja totalmente original (parece uma mistura dos conceitos usados em Os 12 Macacos e Déjà Vu), a idéia é bem explorada, e consegue surpreender pelas outras teorias que abarca, e pelo estado em que realmente se encontra o protagonista, sem, com isto, confundir o público com a mistura que propõe.

A montagem é ótima, e deixa o espectador mais apreensivo conforme a trama se desenvolve, jamais permitindo que percamos o interesse por ela.

Duncan Jones mostra novamente sua capacidade de dirigir uma trama que teria grandes chances de mostrar-se confusa e perder-se nas mãos de um diretor menos hábil, evitando a tentação de torná-la hermética demais. Além disto ele amarra muito bem as pontas soltas sem apelar para um didatismo excessivo.

O filme só deixa um pouco a desejar no uso dos personagens. A maioria deles parecem apenas peças passivamente movidas pela trama, e pouca estima sentimos por eles, com exceção do protagonista, cujas motivações são bem resolvidas.

Jake Gyllenhaal está muito convincente como Colter Stevens, um homem desesperado por desvendar um mistério do qual depende mais do que sua própria vida, e pode revelar mais do que a causa de uma crise. Enquanto isto Vera Farmiga se sai bem como Carol Goodwin, uma mulher dividida entre os deveres de sua posição e as implicações morais de seu trabalho.

Com uma direção econômica e segura, que conduz o espectador através de uma trama inteligente e coesa, Contra o Tempo é mais um ponto positivo na carreira de Duncan Jones que, arrisco dizer, vem seguindo um caminho semelhante ao de Christopher Nolan, pela racionalidade e lógica com que dirige tramas cerebrais que desafiam sua capacidade de contar histórias.

Nota 4 de 5

Um comentário:

  1. Discordo apenas na parte dos personagens. Acho que é o diferencial do filme, na verdade, exceto a Michelle Monaghan que apenas precisa ser sardentinha e adorável para ser um objeto suficiente de dedicação do herói.

    Mas, como eu gostei desse filme! Acho o final exemplar, e me lembro de como me senti recentemente em A Origem ou em Minority Report. FILMAÇO!

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