sexta-feira, 5 de agosto de 2011

[CRÍTICA] The Troll Hunter

Direção: André Øvredal
Roteiro: André Øvredal e Håvard S. Johansen
Elenco: Otto Jespersen (Hans, o caçador de troll), Glenn Erland Tosterud (Thomas), Johanna Mørck (
Johanna), Tomas Alf Larsen (Kalle), Urmila Berg-Domaas (Malica)
Duração: 90 min.
Ano: 2010


O filme se sai relativamente bem na tentativa de criar um documentário falso. Neste ponto chega a ser melhor que A Bruxa de Blair, por exemplo. Em algumas cenas faz lembrar um Globo Repórter, com a câmera dentro do carro, filmando as estradas pelas quais passam, enquanto Hans (Otto Jespersen) desfia todo seu conhecimento a respeito das criaturas que caça.

Além do atrativo de proporcionar ao espectador o contato com uma cultura tão rica e curiosa como a norueguesa, o diretor André Ovredal ainda nos brinda com belas imagens das paisagens bucólicas e rupestres da região, enquanto ao roteiro cabe a tarefa de desmistificar os trolls, por meio de uma pseudo-ciência que encontra formas criativas de explicar os estranhos poderes e peculiaridades das fabulosas criaturas.

Otto Jespersen é muito convincente no papel do caçador de trolls. Sua postura arisca no início, e a forma como vai se abrindo aos poucos para os repórteres, revelando cada vez mais informações sobre seu trabalho, e sobre as criaturas que mata, como forma de se justificar, além da seriedade com que revela curiosidades sobre os trolls, faz com que acreditemos que aquele homem já se encontra tão acostumado e calejado por seu trabalho que, todo o encantamento se perdeu.

Infelizmente o filme tem alguns problemas de coerência. A montagem é muito fragmentada e truncada. Por um lado isto condiz com a idéia de a "trama" ser composta de uma série de trechos montados a partir de um suposto material mais extenso, conforme é explicado no texto que introduz a história, mas isto acaba atrapalhando o ritmo, que torna-se arrastado em diversos momentos, e apresenta cenas irrelevantes para o desenvolvimento da trama.

Outro problema surge quando um dos personagens morre, e os demais mal esboçam uma reação, para logo em seguida praticamente ignorarem o fato e seguirem em frente como se aquele incidente não houvesse ocorrido.

E algumas questões importantes ficam sem resposta: por que Hans é o único responsável pelo controle das criaturas? Não seria mais prudente treinar outras pessoas para abrangerem uma área maior? E como conseguem esconder a existência de um bicho de 100 metro de altura?

Ainda que tenha suas falhas, o filme diverte, fazendo uso de um formato já existente para abordar um elemento da mitologia local, e atualizá-lo para um mundo extremamente racional como é o nosso.

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